quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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Durante toda a sua vida, a D. Zulmira viveu com o estigma de ficar sempre em último lugar. Na escola primária era sempre a última a ser chamada. Anos depois, com o cargo de técnica de limpeza da junta de freguesia da sua aldeia, foi a última a ser promovida. Com 54 anos participou na meia-maratona organizada pelo Grupo Excursionista Os Amigos do Palhinhas e foi a última a cortar a meta. E quando casou pela primeira - e, já agora, última - vez, aos 87 anos, o noivo chamava-se Zebedeu (era o último nome da sua lista telefónica). No seu leito de morte, aos 167 anos, a D. Zulmira percebeu, finalmente, o sentido da vida. Desta vez, foi a primeira a consegui-lo.

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