quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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Estava ele a dormir muito sossegadinho - um sono tranquilo, pesado e profundo - quando é subitamente acordado pelo barulho de pás, pés-de-cabra e picaretas, imenso pó a entrar-lhe pelo quarto dentro e uma algaraviada de vozes a gritar, excitadas, numa língua estrangeira. O arqueólogo inglês, triunfante, exclama: «Hurra! Este faraó parece mesmo que está vivo! Que belo trabalho de mumificação!». «Estou mesmo, oh parvalhão», disse o Faraó; «e no meu caso não é mumificação; é criogenização». O arqueólogo olhou para ele, aparvalhado de facto, e implorou: «Importa-se de repetir? É que estão a sair-lhe uns hieróglifos pela boca e não tenho aqui o meu intérprete à mão».

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