quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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Depois de morrerem, Mahatma Ghandi, Martin Luther King e a Madre Teresa de Calcutá encontraram-se no Céu. Mas, apesar de mortos, a rivalidade entre os três não esmoreceu. «Eu libertei uma nação inteira do opressor europeu, pugnando pela não violência, apenas armado de um par de sandálias, de uma túnica branca e das minhas convicções», disse Ghandi, a quem muitos, por causa disso, chamavam depreciativamente «o monhé». «Eu, com a minha luta igualmente pacífica, defendi os direitos civis no meu país e ajudei a libertar milhões de negros da segregação racial», disse Luther King, a quem muitos, por causa disso, chamavam depreciativamente «o preto». «E eu, através da minha fé e do meu trabalho constante, alimentei milhares de esfomeados e tratei de outros tantos doentes», disse, por sua vez, Madre Teresa de Calcutá, a quem muitos, por causa disso, chamavam depreciativamente «a cigana albanesa». Lá em baixo, no Inferno, Saddam Hussein - que seguia com toda a atenção a conversa dos outros - perguntou: «Oh bonzinhos, e qual de vocês é que poderá fazer a caridade aqui ao mouro de me tirar a corda do pescoço, que eu estou para aqui de mãos atadas e esta juta dá uma comichão do caraças?».

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