quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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O editor, que tinha recebido este último conto por e-mail, ligou logo ao autor, directamente do Havai. «Estou??». «Sim?». «Ouve lá, pá», disse o editor enquanto tentava afastar um enorme enxame de moscas do seu cocktail feito de sumo de ananás, água de coco, rum e melaço, com um chapeuzinho de palha a enfeitar, «mas tu achas que alguém paga para ler um livro de contos parvos e só muito vagamente engraçados que tem lá pelo meio alusões a crianças desaparecidas?». «Pois, não sei», respondeu o autor. «Mas sei eu, porra! Vê mas é se escreves alguns textos que metam sexo, hummm, e talvez cocktails e em último caso podes sempre voltar ao Titanic». «OK», respondeu o autor enquanto, do outro lado do mundo, uma mosca mais esperta do que as outras conseguia, finalmente, mergulhar na mistela preparada pelo editor e, tchazam!, roubar-lhe um belo pedaço de ananás.

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