quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

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O conjunto do Titanic começou a interpretar, com galhardia, um bonito minueto. Bem no centro do enorme salão de baile, Rose e Jack dançavam de olhos fechados, perdidos na sua própria paixão, desenhando com os passos a mais bela aguarela do amor. À sua volta, Van Gogh, a Cinderela, Paulo Coelho, o S. Pedro, um casal de góticos, o Rato Mickey, Mozart, Marilyn, Freud, da Vinci, Picasso, o Anjinho da Covilhã, o leitão da Bairrada, a bruxa de Portobello e todos os outros protagonistas deste livro (menos um) aplaudiram. De súbito, o Rambo, que, por casualidade, cirandava por acoli ao volante de uma lancha rápida, atirou com um míssil PQM-102 Delta Dagger contra o paquete e rebentou com aquilo tudo. Prestes a ser consumido pelas chamas ateadas pela explosão, Jack exclamou «Esta vida não é justa!». Lá atrás, na bagageira, o iceberg bocejou e disse «Pois, do que é que estavas à espera, puto?».

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